terça-feira, 13 de março de 2012

Enfrentando frustrações

Ontem minha melhor amiga (que está grávida de 6 meses) me convidou para organizar junto com ela o chá de bebê.
Situação difícil para mim mais uma prova de fogo para enfrentar. Como dizer que não? Como não ajudá-la?
Como sou muito criativa e gosto de mexer com organização de festas e confecção de doces ela me pediu ajuda.
Sonhei tanto com meu chá de bebê porque acho que toda a mulher quando está grávida gosta de viver esses momentos. Idealizava a festa, a decoração, os convidados...tudo.
Acho que não vou ter essa oportunidade então não tive como negar ajuda a minha amiga e estou eu envolvida com a festa.

Quando fiz a minha primeira inseminação fomos eu e meu marido passar o fim de semana fora para comemorarmos 4 anos juntos. Tudo estava perfeito, nossa viagem animada, boas comidas, lugares lindos e muitas fotos até a hora que tive uma péssima surpresa: minha menstruação chegou.
Aquilo acabou comigo, a viagem perdeu a graça e eu só fazia chorar no hotel. Estava confiante que aquela inseminação ia dar certo que depois de 4 meses fazendo tratamento com indutores de ovulação com aquele procedimento tudo ia dar certo e nós teríamos o nosso tão sonhado "positivo".

Três dias depois da minha viagem essa mesma amiga me telefona eufórica para me contar a novidade que estava "grávida". 
Digam o que quiserem mas a única coisa que senti na hora foi inveja muita inveja. Eu que havia passado um fim de semana de pesadelo, triste pelo insucesso da inseminação agora teria que lidar com a minha melhor amiga grávida. 
Foi um dia difícil porque não consegui absorver bem aquela notícia. Chorei, me revoltei e por mais de 15 dias evitei encontrá-la.
Mas, não poderia fugir dessa situação uma hora ou outra eu teria que vê-la. E assim foi que aos poucos fui me acostumando com tudo.

Ela é uma grande amiga que sempre me ajudou e sempre torceu por mim e eu não poderia me afastar dela por isso. Assim como não posso deixar de ajudá-la no chá de bebê. Mas, é complicado estar a escolher um tema e a desenvolver tudo. Era tudo que eu queria fazer para mim e agora faço para outra pessoa. Olho para tudo e penso: "isso não te pertence" e é tão triste.

Quando se está tentando engravidar e não consegue parece que toda a humanidade fica grávida, são as amigas, parentes, ex-namorada do marido, enfim...todas menos você.

E assim ficam sonhos de parte. E assim que vou levando minha vida tendo que enfrentar o monstro da frustração cara a cara. E só eu e Deus sabemos como é doloroso. Mesmo dentro da minha tristeza estou fazendo coisinhas fofas para que ela tenha um chá de bebê de sonho.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Por trás da infertilidade sem causa

Olá!

Bem, apesar de andar offline não consigo me desligar totalmente do assunto e acabo por procurar na net mais informações sobre este tema.
O que me deixa mais nervosa com tudo isso é o médico me dizer que é uma "infertilidade sem causa aparente" às vezes preferia que ele diagnosticasse algum problema para então podermos tratar, ter um foco.
Pesquisando na net entrei num fórum sobre infertilidade e li um depoimento que me chamou a atenção.
Uma mulher com mais de 35 anos também com uma infertilidade sem causa aparente e que exigiu do médico alguns exames antes de partir para o desgastante procedimento da FIV.
Estes exames podem descartar ou constatar alguma causa como:

- Halominunidade
-Incompatibilidade genética
- Hipo ou Hipertireoidismo
- Trombofilia
- Anticoagulante lúpico
-DHEA

Não faço ideia do que seja cada uma dessas doenças, mas fiz uma lista e vou expor tudo isso à médica na 6ªfeira.
São problemas que diagnosticados podem ser tratados com medicação e depois pode-se conseguir engravidar sem ter que passar por inseminações ou FIV's.

Até sexta!

sexta-feira, 9 de março de 2012

Offline

Nesses últimos dias tenho me permitido ficar offline desse assunto.
Não quero pensar muito a respeito. Estou me dando um tempo.
Sinto um grande vazio, uma sensação de incapacidade, uma tristeza, mas procuro viver o meu dia da melhor maneira. Quero um alivio para minha mente, quero poder me dar o direito de pensar em outras coisas, de projetar outros sonhos, de curtir bons momentos ao lado do meu marido sem pensar na minha infertilidade.

Claro que às vezes isso vem a minha mente como um tapa que me faz acordar para a minha realidade. De hoje a uma semana é a consulta com a médica. Ansiosa? Não, não estou. Estou offline




* Esta foto traduz o milagre da vida. Queria poder um dia passar por isso.

terça-feira, 6 de março de 2012

Mais uma vez não deu certo

Semana passada sofri mais uma decepção na minha luta para ter um BB.
No dia 15 de fevereiro fiz a minha 1ª FIV (Fertilização in Vitro) e mais uma vez obtive um resultado negativo.
Quando decidimos partir para FIV estava muito confiante que desta vez tudo iria se resolver, que finalmente eu teria a alegria do resultado positivo. Só a palavra "fertilização" já me dava uma certeza que estaria grávida.
Depositei todas as minhas esperanças nessa fase do tratamento e o que me resta hoje é um vazio enorme dentro de mim.
Apesar de ler na internet sobre as estatísticas sobre a fertilização não quis acreditar que comigo seria assim. 
Saí daquele hospital me sentindo grávida, meu marido me mimando, com todo o cuidado para que eu não me esforçasse para nada, repouso total. Foi um fim de semana de repouso e cuidados depois veio aquela semana de espera que nunca mais acabava até o dia em que comecei a sentir leves cólicas e uma pequena mancha marrom surgiu na minha calcinha. Fiquei assutada, com medo, muito medo e decepcionada. "Meu Deus, mais uma vez não deu certo!" "Eu não mereço isso" foi o que pensei. 
Corri para a net a pesquisar sobre o assunto. Li sobre "nidação" que é quando o embrião se fixa ao útero e pode haver um pequeno sangramento muitas vezes confundido com a menstruação. Quanto mais eu tentava me informar mais decepcionada eu ficava porque nós mulheres temos esse maldito "sexto sentido" que nos alerta para situações de perigo ou para quando algo não vai correr bem. Até testes de gravidez caseiros eu fiz, teste da agulha, do xixi na água sanitária, tudo...meu desespero era enorme e aquilo tomou conta de mim. Já não podia mais esconder o que estava a acontecer para meu marido e acabei por me abrir com ele. 
Ele tentou me acalmar e me passar tranquilidade e esperança, afinal eu não estava menstruada (ainda!).
Mas eu sabia que a FIV não havia resultado mais cedo ou mais tarde a menstruação iria chegar. Mesmo assim no domingo fiz um teste de farmácia. Negativo!
Chorei, chorei muito. Me questionei: "por que Deus não me dava a dádiva de ser mãe?", " o que eu fiz para passar por isso?".
Aquele foi o fim de semana de horrores. Dias de angustia e pressão que deram cabo do meu juízo. Xinguei Deus, desacreditei, me rebelei, sofri, senti uma dor que parecia não ter fim, senti medo, medo de tudo: medo de ser largada pelo meu marido, medo de ser vista como uma coitadinha, medo de magoar meus pais por não poder dar um neto e me senti excluída pois não faço parte do grupo abençoado de mulheres que podem gerar uma vida dentro de si.
Só quem vive essa experiência sabe do que estou falando.
Respirei fundo e consegui dormir. Na manhã seguinte tinha que trabalhar não podia aparecer no meu trabalho com cara de choro parecendo uma louca.
Depois de refletir muito pensei que a minha paz e minha tranquilidade são muito importantes e que não posso deixar que toda essa tormenta tome conta da minha vida. Descobri que viver sem a pressão de um tratamento é muito bom.
Mesmo assim fui ao hospital, fiz o teste BetaHCG (2X por recomendação da própria médica), os testes deram negativos (claro!)e tenho consulta para de hoje a 10 dias.
Queria saber o que houve de errado. Qual é o meu problema? Eu preciso descobrir isso.
Tenho dias mais tranquilos, mas minha cabeça não pára de pensar nesse assunto. Tenho o apoio e o amor do meu marido, mas me sinto muito culpada por não conseguir engravidar.
Decidi criar esse blog para desabafar, escrever é um bom remédio, quero dividir a minha dor e essa experiência de vida.
Por enquanto quero só dias de paz e tranquilidade.